Uma abordagem policial realizada na última terça-feira, 14, na BR-235, no povoado Oiteiros, em Nossa Senhora do Socorro, tem gerado controvérsias e acusações de irregularidades. Policiais da Radiopatrulha prenderam o motorista de um veículo sob a alegação de terem encontrado drogas e armas no carro. O caso foi noticiado com exclusividade pelo Portal Fan F1.
Ele foi transferido na última sexta-feira, 20, para a Cadeia Pública de Areia Branca, na região Agreste do estado, onde encontra-se custodiado. No entanto, a defesa do motorista afirma que os policiais plantaram os materiais ilícitos e desapareceram com R$ 200 mil em espécie, que seriam destinados a pagamentos de uma casa de apostas na cidade de Itabaiana. A Polícia Militar nega as acusações.
Um fato que chama atenção é que havia um ageiro no veículo cujo condutor foi preso, mas ele não foi encaminhado à Delegacia Plantonista para esclarecimentos, muito menos detido. O homem foi deixado pelos policiais nas imediações do Hospital Nestor Piva, na Zona Norte de Aracaju. Um vídeo obtido com exclusividade pelo Portal Fan F1 mostra o momento em que ele desce da viatura na avenida Maranhão, próximo ao hospital, às 6h30. Nas imagens, gravadas por uma câmera de segurança, ele aparece vestindo uma camisa amarela e portando uma sacola de conteúdo desconhecido. Ele chega a ter uma conversa com um dos militares e sai caminhando.
O Registro de Ocorrência Policial (ROP) do caso não menciona, em nenhum momento os R$ 200 mil e muito menos a presença do ageiro no veículo.
Durante entrevista ao Jornal da Fan, da Rádio Fan F1, da última sexta-feira, 17, o porta-voz da Polícia Militar, tenente-coronel Edson, justificou a liberação do ageiro envolvido na abordagem afirmando que ele teria relatado estar ando mal e, por isso, foi levado para buscar atendimento médico. No entanto, o Portal Fan F1 confirmou com a direção do Hospital Nestor Piva que o homem não deu entrada na unidade.
Defesa levanta questionamentos
A advogada do motorista preso, Lilian Karine, questiona vários aspectos da ação policial, incluindo o desaparecimento do dinheiro, a suposta manipulação de provas e a ausência de justificativa para a abordagem em uma rodovia federal.
“É estranho que alguém que precisava de atendimento médico não tenha dado entrada no hospital. Também não há registro oficial da quantia de R$ 200 mil, que podemos comprovar com recibos do trabalho do meu cliente como cambista, além disso, os R$ 200 mil não foram localizados e nem citados no registro oficial da polícia. A presença do ageiro na abordagem só foi oficializada na versão da polícia após a divulgação do vídeo”, afirmou.
A Corregedoria da Polícia Militar foi acionada pela defesa e afirmou que investigará as denúncias. O porta-voz da PM, coronel Edson, reforçou a legalidade da ação policial, destacando que a prisão do motorista foi homologada pelo Judiciário. No entanto, inconsistências no Relatório de Ocorrência Policial (ROP), como a ausência de registro do ageiro e da quantia em dinheiro, permanecem sem explicação.
