A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) deixou o Brasil poucos dias após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão por invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A parlamentar afirmou, em live nesta terça-feira, 3, que está na Europa para tratamento médico e que pedirá licença do mandato. Zambelli tem cidadania europeia, mas não especificou o país.
A condenação inclui regime inicial fechado, multa de R$ 2 milhões e perda de mandato, ainda sujeita à análise da Câmara. A parlamentar também foi declarada inelegível por 8 anos. O STF considerou que ela atuou com o hacker Walter Delgatti Neto na invasão ao sistema do CNJ, em janeiro de 2023. Delgatti também foi condenado a 8 anos e 3 meses de prisão.
Na transmissão, Zambelli afirmou que deixou o Brasil para “resistir” e denunciar o que chama de “censura” e “autoritarismo judicial”. Disse que pretende acionar Cortes internacionais, especialmente em Portugal, Espanha, Itália e França.
A deputada alegou perseguição política e afirmou que estava ficando doente no país por não poder expressar suas opiniões. “Me cansei de ficar calada. Agora posso denunciar com mais liberdade”, declarou.
Zambelli também voltou a atacar o sistema eleitoral, afirmando que “as urnas não são confiáveis” e que a derrota de Jair Bolsonaro em 2022 foi resultado de manipulação. Uma auditoria do TCU, no entanto, não encontrou qualquer irregularidade nas urnas analisadas.
A parlamentar informou que a mãe ará a istrar suas redes sociais e que pediu a alteração do nome de usuário para evitar bloqueios judiciais.
Horas após a live, o advogado Daniel Bialski anunciou que deixou a defesa de Zambelli. “Por motivo de foro íntimo, comuniquei à deputada minha saída do caso”, disse, sem entrar em detalhes.