O Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (Depatri) e o Instituto de Criminalística, deflagraram na manhã desta quarta-feira, 11, em Aracaju, a Operação Simulatio. A ação visa o cumprimento de mandados de busca e apreensão em dois endereços ligados a uma empresa investigada por aplicar golpes envolvendo financiamentos irregulares em dezenas de consumidores.
As investigações tiveram início após o registro de diversos boletins de ocorrência por parte de clientes que se sentiram lesados. De acordo com a delegada Georlize Teles, titular da Decon, os relatos indicam que as vítimas procuraram a empresa com a intenção de contratar financiamentos, mas foram, de forma enganosa, induzidas a aderir a consórcios.
“O caso chegou à delegacia quando uma vítima relatou que procurou a empresa para financiar uma motocicleta, que usaria para trabalhar com transporte por aplicativo. Ela foi informada de que o bem seria entregue em dois dias, mas o veículo nunca chegou. Outras vítimas começaram a surgir, e, após consulta aos sistemas, identificamos mais de uma centena de pessoas lesadas com o mesmo tipo de abordagem”, explicou a delegada.
Segundo a apuração policial, os consumidores eram convencidos de que estavam contratando um financiamento tradicional, com a promessa de entrega rápida do bem. No entanto, após a formalização do contrato e o pagamento das primeiras parcelas, descobriam que haviam aderido, na verdade, a um consórcio, o que gerava frustração e prejuízos, já que o bem só poderia ser recebido mediante sorteio ou lance.
Diante da gravidade e do número crescente de vítimas em diferentes municípios do estado, foi instaurado inquérito e solicitada a expedição dos mandados de busca e apreensão, que foram autorizados pela Justiça e cumpridos nesta quarta. Durante a operação, foram apreendidos documentos, computadores, celulares e outros materiais que devem contribuir com o avanço das investigações.
Enquanto as diligências eram realizadas, um casal de clientes e um candidato a emprego chegaram à sede da empresa e foram surpreendidos pela presença da Polícia Civil. “A gente ia dar uma entrada de R$ 3 mil, em parcelas de R$ 200. Ele [o atendente] pediu o valor em dinheiro. A conversa foi muito convincente, qualquer pessoa cairia”, relatou uma das vítimas que chegou ao local no momento da ação.
A Decon orienta que outras possíveis vítimas procurem qualquer unidade da Polícia Civil no estado para registrar a ocorrência. Informações também podem ser readas de forma anônima pelo Disque-Denúncia, no número 181.